Se você ainda acha que mudanças climáticas são assunto para o futuro, saiba que elas são tema para o agora! Hoje, 16 de março, é o Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas, data oficial criada para sensibilizar os brasileiros sobre a importância e a urgência de refletir e discutir os impactos das mudanças do clima para o planeta.
Para além da conscientização, a data é um lembrete para a ação, pois a temperatura média global continua a aumentar. Isso não significa um aumento homogêneo em todo o planeta, mas causa desequilíbrios climáticos que têm afetado recentemente o globo de diversas formas, como o aumento das temperaturas no Ártico; intenso frio no Texas; derretimento de geleira na Índia; a chuva histórica que ocorreu em Belo Horizonte (MG) em janeiro de 2020 e o fato de a OMM (Organização Meteorológica Mundial) ter apontado que os últimos seis anos foram os mais quentes da história desde que começaram os registros.
Mesmo diante desses acontecimentos, a pauta climática não vem sendo tratada com a emergência necessária pelos governantes. Em 2020, ano de revisão dos compromissos nacionais estipulados no Acordo de Paris, as metas apresentadas por 75 países não contribuirão para manter o aquecimento do planeta abaixo do limite de 2ºC, muito menos ao preferível de 1,5ºC, conforme estabelecido no Acordo. A China, por exemplo, ao apresentar recentemente o seu plano de desenvolvimento econômico, coloca em xeque a sua promessa de descarbonização até 2060, pois permite a expansão da participação de carvão na matriz energética do país e deixa vagos alguns pontos, como o investimento em energias renováveis e metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Os compromissos anunciados por esses 75 países, que juntos são responsáveis por 30% das emissões globais de carbono, não alcançam nem mesmo 1% de redução de emissões até 2030 (em comparação às de 2010), implicando em uma projeção de aumento na temperatura média do planeta de 3ºC ou mais ainda neste século.
O Brasil também figura entre os maiores emissores de GEE do mundo, estando em quinto lugar entre as nações. Ainda que o país tenha potencial para liderar o combate à crise do clima, recebe muitas críticas por compromissos de redução de emissões pouco ambiciosos e por não mostrar comprometimento com a promessa de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, atrelado às atividades de mudança de uso da terra, principal fonte de emissões do país de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
Por outro lado, isso não quer dizer que a população desconheça o tema. Uma pesquisa recente realizada pelo Ibope —lançada pelo ITS (Instituto Tecnologia e Sociedade) e pela Universidade Yale —apontou que 92% dos brasileiros sabem que o aquecimento global já está acontecendo e 77% entendem que é causado principalmente pela ação humana. Para 77%, proteger o meio ambiente é importante, mesmo que isso signifique menos crescimento econômico. De fato, o próprio Fórum Econômico Mundial indicou as mudanças climáticas como um dos maiores riscos à economia global. Ainda assim, o desenvolvimento sustentável é possível, haja vista o crescimento da preocupação ambiental de indivíduos e empresas, bem como o boom da discussão sobre fundos de investimento ESG, que incorpora questões ambientais, sociais e de governança na avaliação das corporações.
Pensar globalmente e agir localmente é muito importante. No Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas, é preciso destacar a importância da educação tanto como caminho para enfrentar as desigualdades e alcançar a prosperidade, quanto para o enfrentamento às transformações do clima e do meio ambiente. Por isso, é necessário salientar como é imprescindível uma educação ambiental continuada nas escolas. Ou seja, ações integradas ao programa escolar que sejam capazes de formar cidadãos que busquem implementar soluções e que tenham consciência crítica para cobrar dos governantes medidas efetivas sobre os impactos e danos causados.
.A consciência climática ainda está longe do ideal, mas não é impossível. Por isso, as gerações mais velhas também precisam passar por uma reeducação ambiental, desconstruir paradigmas e se engajar individual e coletivamente no combate às mudanças climáticas. O desafio do século é de todos.
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