Por depender da melhoria dos indicadores da pandemia, o retorno das aulas presenciais para os níveis superior e de especialização segue sem uma data definida em grande parte do Brasil. A continuidade dessa indefinição tem forçado instituições, professores e alunos a encontrarem soluções de ensino remoto que funcionam no longo prazo. Adaptações são importantes porque, na maioria dos casos, tratam-se de alunos que, apesar da existência dos recursos necessários para realizar as aulas virtualmente, optaram pela experiência presencial de ensino.
Um dos grandes desafios nesse sentido diz respeito às partes práticas das aulas. Em algumas cidades, como Belo Horizonte por exemplo, foi liberada a utilização dos laboratórios para alunos da área da saúde. No entanto, os especialistas da educação afirmam que a realização de atividades complementares às aulas teóricas e expositivas é importante em todas as áreas do conhecimento.
“As atividades práticas são importantes porque ajudam na assimilação do conteúdo, contribuem para o desenvolvimento de habilidades comportamentais e ampliam o conhecimento de mercado dos alunos”, analisa a professora do Centro Universitário Newton Paiva, Paula Bento. Ela é coordenadora da pós em Marketing Digital e responsável pela disciplina Transformação na era dos dados, comum aos cursos de Liderança e Gestão de Pessoas; Finanças e Controladoria; e Gerenciamento Ágil de Projetos.
Para tentar contornar as limitações da distância física, Paula busca incluir dinâmicas criativas para manter o interesse e melhorar a experiência dos alunos. Para isso, ela conta com ajuda da tecnologia. Um exemplo de plataforma utilizada durante as aulas é o Worldwall que permite a criação de jogos educativos por meio de recursos de gamificação.
Como o desenvolvimento das habilidades de liderança e estratégia é um dos objetivos da pós-graduação, a interação entre os alunos é fundamental. Para viabilizar o trabalho em equipe nas aulas remotas, Paula utiliza o aplicativo Zoom, que permite a criação de salas paralelas e monitoradas. “Quando estão em grupos menores, os alunos se sentem mais à vontade para compartilhar experiências e perspectivas, resultando em discussões mais produtivas”, ressalta a professora da Newton Paiva.
Paula acrescenta ainda que, apesar das dificuldades, o modelo remoto também tem seus benefícios. Nesse sentido, ela destaca a eliminação das barreiras geográficas como um ponto positivo. “Essa modalidade nos permite oferecer palestras com convidados externos de qualquer lugar do Brasil ou do mundo, por exemplo. Viabilizar esse networking é uma forma de expandir os horizontes dos alunos”, avalia Paula.
Após um ano de adaptação, o feedback dos estudantes tem sido positivo. Rejane Rodrigues, aluna do curso de Liderança e Gestão de Pessoas, afirma que o modelo tem sido aprimorado e que as metodologias utilizadas têm sido importantes para manter a qualidade do ensino nesse período. “Como valorizo muito a interação, estava bastante receosa no início. Mas as dinâmicas propostas pelos professores no virtual oferecem experiências que não devem nada ao presencial. Hoje já considero o modelo remoto como meu favorito, principalmente por ser mais acessível e flexível”, relata.
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